O confronto entre os dois exércitos foi feroz, tingindo de vermelho as águas do rio Mondego. Perante a iminente derrota, Hermenerico procurou uma solução pacífica e ofereceu a mão da sua filha, a bela Cindazunda, ao vitorioso Ataces.

Diz a lenda que Cindazunda possuía uma beleza extraordinária, e Ataces, ao vê-la, apaixonou-se de imediato. O casamento entre os dois selou a paz entre os seus povos, unindo os Alanos e os Suevos numa nova aliança. Para celebrar esta união, o casal dirigiu-se a Coimbra, onde realizaram as suas bodas com grande esplendor. A chegada da princesa foi um marco importante para a cidade, que viu na sua figura a promessa de um novo tempo de estabilidade e prosperidade.

Como símbolo desta união, Ataces concedeu a Coimbra um brasão de armas que ainda hoje perdura. Nele, a figura central é Cindazunda, representada como uma donzela coroada. O cálice simboliza a aliança matrimonial, enquanto o leão representa Ataces e o dragão, ou serpente alada, é o emblema de Hermenerico. Assim, a história da princesa permanece imortalizada nos símbolos da cidade, lembrando a todos a importância do amor e da diplomacia na construção do futuro.

A lenda de Cindazunda continua a fascinar quem visita Coimbra, evocando um passado repleto de romance, guerra e honra. A cidade, com as suas ruas históricas e a imponência do Mondego, conserva ainda o eco desta história antiga, convidando os viajantes a mergulharem no seu património e a descobrirem os segredos que fizeram desta terra um palco de acontecimentos tão memoráveis.