Esta arte utiliza o bunho, uma planta abundante na Reserva Natural do Paul de Arzila, como matéria-prima essencial. Durante os meses de verão, o bunho é colhido e deixado a secar, preparando-se para ser trabalhado. As peças, que variam entre cestos, esteiras e outros objetos utilitários, são elaboradas com técnicas ancestrais que se mantêm vivas graças à dedicação de artesãos locais.

No passado, esta atividade desempenhava um papel central na economia da região, especialmente durante o inverno, quando o trabalho agrícola escasseava. Era uma tarefa árdua, muitas vezes desempenhada pelas mulheres, que encontravam na manufatura do bunho uma forma de complementar os rendimentos familiares. A confeção manual destas peças, feita com recurso a teares tradicionais, reflete uma habilidade transmitida ao longo de gerações e um respeito profundo pela natureza.

Apesar de atualmente ser uma atividade em declínio, devido à modernização e ao esforço físico exigido pela colheita do bunho, a cestaria de Arzila continua a ser um símbolo importante do património cultural e ambiental da região. A ligação entre este artesanato e a preservação do Paul de Arzila reforça a sua relevância, destacando a necessidade de proteger este precioso ecossistema enquanto se valoriza uma prática que enriquece a identidade local.

Uma visita a Arzila é uma oportunidade para conhecer esta arte de perto, explorando o processo de criação e adquirindo peças únicas que combinam funcionalidade e história. Além disso, os visitantes podem aproveitar para descobrir a beleza natural do Paul de Arzila, um verdadeiro refúgio de biodiversidade, onde esta tradição encontra o seu ponto de partida.